quarta-feira, 3 de outubro de 2007

O “monopólio da informação”


Na última quinta-feira, na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do governador de São Paulo, José Serra (PSDB) e outras autoridades, foi inaugurado o primeiro canal de notícias em rede aberta do Brasil: o Record News. Durante seu discurso que marcou o início das transmissões do canal, Edir Macedo atacou a Globo.
"Nós fomos injustiçados por muitos anos por um grupo de comunicação que tinha e mantém o monopólio da notícia no Brasil. Daí nosso desejo de dar um fim a esse monopólio", afirmou Macedo.
Como se não bastasse, na última segunda-feira o apresentador Celso Freitas leu um editorial durante o "Jornal da Record" em que fazia sérias criticas a uma nota publicada pelo blog de Josias de Souza na Folha Online, que informou no último sábado (29) que o diretor de relações institucionais da Rede Globo, Evandro Guimarães, tentou impedir em Brasília a inauguração do canal Record News.
A nota questionava por que a Rede Globo temeria a Record. Em seguida, inúmeras razões foram supostas. A primeira seria porque o Globo News, por ser um canal pago, se sentiria ameaçado com a perda de assinantes. A segunda, o temor da concorrência de um outro canal fornecendo notícias de "melhor qualidade". E o terceiro o medo da perda do "monopólio".
Em nota a Rede Globo rebateu as acusações e chamou de "calúnias requentadas" as acusações feitas por sua concorrente. Disse que “quanto maior é a competição, mais valiosos são os resultados de audiência, que evidenciam a ampla preferência do público pela nossa programação”.
A nota diz ainda que “é de se esperar que um grupo que lucra pela manipulação da fé religiosa queira também manipular a opinião pública, chamando de monopólio a escolha democrática dos brasileiros.”
Que o dono da Rede Record é o mesmo da Igreja Universal do Reino de Deus todo mundo já sabe. O que não podemos esquecer é que o que a Rede Globo chama de “escolha democrática dos brasileiros” é fruto de um acordo irregular que beneficiou financeiramente o grupo e, com isso, adquiriu novos equipamentos e melhorou sua qualidade técnica. Quem quer assistir um programa com cenário de cartolina? Ou você prefere os fundos futurísticos da TV Globo? O “Padrão Globo de qualidade” não chegou de graça. Nem os últimos investimentos da TV Record.
O que se sabe é que, de acordo com a Coluna “Outro Canal”, publicada hoje na Folha de São Paulo, é que a Rede Globo já estuda abrir o sinal do canal pago de notícias, a Globo News. É o capital estrangeiro brigando com o capital da fé. Aonde essa queda de braço vai dar é difícil de saber, o importante é que esse “monopólio” caia de vez e que o brasileiro tenha a opção de escolher onde se informar.

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