Trabalho em TV há quase cinco anos e amo o que eu faço. Temos um papel fundamental na sociedade, mostrando problemas, cobrando soluções, oferecendo informação e prestando serviço. Mas observo que as pessoas pegam fatos do cotidiano e massificam aquilo.
A questão é: apareceu na TV vira febre. Não estou falando só do cabelo ou vestido da protagonista da novela das nove, muito menos do brinco que a Fátima Bernardes usou na edição de ontem do Jornal Nacional. Tudo isso vai virar moda e vamos ver esses looks nas ruas. Mas tem outros aspectos que vemos se tornarem febre, se cria um alarme, um boom.
Me recordo primeiro da questão “racial”. Foi só anunciar o debate das cotas nas universidades públicas que rapidinho todo mundo se sentiu discriminado e no direito a uma vaga. Sobrou até para o bisavô negro, mesmo que ele tenha casado com uma loira, e todas as gerações seguintes nasceram alvos.
Segundo exemplo: a gripe suína. A doença apareceu lá no México, que qualquer espirro aqui no hemisfério sul todo mundo dizia estar com a doença. Claro, o alarme e a prevenção sempre são necessários, mas até quem não tinha nenhum sintoma aparente já se dizia doente. Acho que o psicológico falou mais alto....
De repente o novo pretinho básico é o bullying. Foi só a história do maníaco de Realengo sair na mídia que todo mundo sofreu do mesmo problema. Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, teria matado mais de 10 crianças, deixou dezenas feridos e mais centenas de traumas como vingança a represálias quando crianças.
Nas redes sociais exemplos e mais exemplos de possíveis vítimas na infância, adolescência... E cuidado! Qualquer comentário seu pode ser bullying. É cada uma....
Agora a moda é ser Gay. Foi só o supremo reconhecer a união homoafetiva que nas páginas dos jornais as manchetes são: “o ator queridinho dos gays”. “moda para os gays” ou ainda “vida de casal gay”.