Pestalozzi de Jaguaré suspende atendimento clínico por falta de verba

Triste chegar hoje na Pestalozzi de Jaguaré, norte do Espírito Santo, e ver todas aquelas crianças deficientes sem atendimento clínico. As mães, que vivem esse sofrimento diário e sabem da importância do atendimento para o desenvolvimento dos filhos, tinham na expressão facial um sentimento de revolta e, ao mesmo tempo, estavam de mãos atadas.

Conheci Gabriel, de 11 anos, que nasceu com paralisia cerebral e isso afetou a coordenação motora do menino. Mas o atendimento que ele recebe desde os dois anos de idade e que ajuda no problema de saúde foi suspenso.

Apenas as aulas escolares voltaram hoje na Pestalozzi de Jaguaré. Isso porque os professores são pagos pela secretaria de educação do Estado. Para funcionar, a instituição contava com um repasse mensal de R$17 mil da prefeitura, mas os dois últimos meses não foram pagos.

Sem verba o prédio de atendimento clínico teve que ser desativado. Com isso, 86 pessoas com deficiência ficaram sem atendimento psicológico, de fisioterapeuta e fonoaudiológico.

Agora os equipamentos estão parados. A psicina que era usada para o atendimento estava tampada. Dois motoristas que faziam o transporte das crianças foram demitidos e o serviço também foi suspenso. A instituição procurou o promotor do Ministério Público para tentar resolver o problema.

“O promotor nos procurou e ao prefeito para que ele assinasse um termo de ajuste de conduta, mas ele (o prefeito) ainda não assinou”, disse José Alberto de Jesus, presidente da Pestalozzi de Jaguaré.

Para 2011 o contrato ainda não foi firmado e o atendimento continua sem previsão de retorno. O prefeito de Jaguaré alega que assumiu a administração do município do meio do ano passado e herdou dívidas, por isso as contas tiveram que ser enxutas, mas que a verba atrasada será paga. Já sobre o convênio para esse ano, disse que espera uma conversa com a diretoria da instituição.

“Estou esperando que a instituição nos procure, juntamente com os pais dos alunos, para tratarmos como, quando, quanto e em que condições o município vai celebrar um novo convênio”, garantiu Sávio Martins, prefeito de jaguaré.